Na última quarta-feira, 27 de março, fomos testemunhas e vítimas de atos de extrema violência por parte de membros da polícia legislativa, da segurança da Câmara Federal, e de seguranças particulares de Marco Feliciano (PSC/SP) e Jair Bolsonaro (PP/RJ), bem como a prisão de dois ativistas. Há também fortes indícios de que policiais e seguranças foram infiltrados em nossos atos.
Durante a reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Feliciano mandou prender o ativista Marcelo Regis. Motivo: Regis chamou Feliciano de racista, uma alegação que várias pessoas fazem – inclusive nós. Tal ação gerou comoção e revolta em todos os manifestantes que estavam presentes.
Com a postura adotada pelo deputado ficou claro o que os fundamentalistas entendem como “liberdade de expressão”, essa só é defendida por eles quando querem discriminar homossexuais, negros e mulheres em seus cultos, perfis nas redes sociais e outras mídias. Do contrário, são favoráveis à censura. É possível comprovar por meio de vídeos e textos que o atual presidente da CDHM não somente é racista, como também é homofóbico e machista, características que apontam o seu despreparo e total incompatibilidade para o cargo exercido.
Momentos após Regis ter sido retirado da reunião pela Polícia Legislativa, outro manifestante foi preso injustamente. Segundo Allyson Prata ele estava tentando “resolver uma situação de manifestantes de outros movimentos que queriam invadir o gabinete do deputado Marco Feliciano“. Enquanto Prata conversava com o agente conhecido como Guedes, escutou de outro a ordem para “prender o magrinho”. Segundo o ativista, durante o caminho percorrido até o Departamento Policial, ele foi ofendido com expressões de baixo calão, entre elas “algema esse viado”. Prata também foi agredido fisicamente e muitas das gravações arquivadas em seu rádio foram apagadas pelos agentes. Também somos testemunhas e vítimas de agressões físicas contra outros manifestantes, muitos dos quais mulheres. Inclusive, disponibilizamos fotos e vídeos que comprovam a violência indiscriminada imposta a nós.
Tais fatos apontam para a crise institucional que se instalou na Câmara Federal, tendo como epicentro a CDHM, bem como o cerceamento à liberdade de expressão e atentados diversos contra a integridade física e moral dos manifestantes, o que questiona a garantia dos direitos individuais e coletivos expressamente definidos na Carta Constitucional, sustentáculo da vida democrática do país.
Vídeo das agressões: Link
Fotos: Cícero Bezerra.
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Hoje, 03 de abril de 2013, a reunião da CDHM foi fechada ao público graças a um requerimento que visa “restringir o acesso às reuniões do colegiado a deputados, assessores, convidados e à imprensa. De autoria do presidente da comissão, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), a iniciativa visa a impedir as manifestações durante as sessões da comissão”. Também sabemos das agressões feitas por um militante pro Feliciano, que atacou com chutes dois companheiros nossos, além de testemunhas que viram a mesma pessoa atacando uma jornalista. O homem foi detido escondendo o rosto atrás do cartaz que dizia “Sou + família”, ao contrário dos nossos dois ativistas que foram presos na semana passada que, além de não terem agredido ninguém, não tiveram medo de mostrar a cara.
Defensor da Sagrada Família brasileira. (créditos: globo news)
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Estamos lutado por um Brasil sem os fundamentalismos, o racismo, o machismo e a homofobia. A cada dia ficamos mais fortes. A cada dia nosso animo se renova diante das covardes manifestações de desrespeito dos fundamentalistas e reacionários de plantão. Eles não sabem que somos guerreiros e guerreiras e nunca vamos desistir!
Peço a todas que venham participar das manifestações e ajudar a manter o Brasil longe da ameaça do fundamentalismo religioso!