O ano de 2013 ficou marcado como cenário de diversas lutas sociais, principalmente no embate contra o fundamentalismo religioso e o seu crescimento na política do país. Fomos derrotados em algumas frentes e vitoriosos em outras. Mas com certeza a chama do ativismo não se apagou. Desde que Marco Feliciano assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, diversos coletivos do DF e ativistas independentes tem marcado presença em protestos na Câmara Federal. Como os nossos atos são realizados quase que semanalmente (e estamos assim há meses!) é difícil manter o ritmo, a paciência e a organização. É difícil reunir uma multidão para encarar a trincheira toda semana, principalmente em uma quarta-feira a tarde, uma vez que a maioria dos ativistas trabalham e estudam.
Mesmo assim estamos cumprindo o nosso papel e incomodando muito os “machinhos do poder” que querem surrupiar a cidadania de LGBTs, mulheres, negros e demais minorias sociais. Se a luta é difícil, estressante e arriscada (afinal temos enfrentado não só os políticos que declararam guerra contra nós, mas também o seu séquito fiel que também tem marcado presença), podemos comprovar ao longo desses meses a força de vontade que nos rege.
Feliciano não saiu da presidência, mas em compensação a CDHM não aprovou um só projeto desde o dia em que virou um culto religioso. De certa forma isso mostra como a atual comissão está despreparada e enfraquecida, e é inviável que um espaço tão importante do Congresso Nacional continue assim.
No mesmo dia o pastor Silas Malafaia levou cerca de 40.000 pessoas para a Esplanada dos Ministérios na realização da marcha em defesa da “liberdade de expressão” e da família tradicional. Obviamente que tal feito não seria privado de críticas, e mais uma vez os ativistas brasilienses marcaram presença com seus cartazes, gritos de ordem e corpos pintados.
Os fundamentalistas podem até conquistar o que querem, mas não sem a nossa reação. Não iremos nos calar diante das anomalias políticas que estragam o país!Foto: Gabriela Pinheiro.